A discriminação contra pessoas LGBTI é um problema generalizado e grave, com que a nossa sociedade se debate ainda nos dias de hoje.
Esta discriminação tem uma série de consequências negativas para as pessoas LGBTI, incluindo uma saúde mental e física mais fragilizada, baixa autoestima, menos oportunidades de emprego, e mais obstáculos no acesso aos cuidados de saúde. E, em alguns casos mais graves, esta discriminação pode mesmo levar ao suicídio.
Para criar uma sociedade onde as pessoas LGBTI sejam tratadas de forma justa e com respeito, precisamos primeiro de compreender as lutas sociais que enfrentam todos os dias. Venha entender como é que a discriminação afeta a qualidade de vida das pessoas LGBTI, e o que pode fazer para ajudar.
A definição de LGBTI
A sigla LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, trans e intersexo) é um termo utilizado para descrever o grupo de pessoas que têm uma orientação sexual, identidade e/ou expressão de género, ou características sexuais, diferentes da normativa. Isto significa que quando nos referimos às pessoas LGBTI, estamos a falar de uma grande diversidade de vivências e experiências, e cada uma delas pode ser muito diferente das outras.
Algumas pessoas identificam-se como LGBTI porque se sentem atraídas por pessoas do mesmo, ou mais, géneros. Outras podem identificar-se como LGBTI porque sentem que a sua identidade de género não corresponde ao género que lhes foi atribuído à nascença. Ainda assim, outras podem identificar-se como LGBTI porque não se enquadram nos papéis tradicionais de género.
Não importa como alguém se identifique, é importante lembrar que somos todos diferentes, e é essa diversidade que torna o mundo um lugar tão interessante e rico para se viver.
A história da discriminação contra pessoas LGBTI
A discriminação contra pessoas LGBTI não é uma novidade. Infelizmente, continua a ser um problema em muitas partes do mundo. Em alguns países, é mesmo punível por lei.
A história da discriminação contra as pessoas LGBTI é longa e complicada. Remonta a tempos antigos, quando as relações entre pessoas do mesmo sexo não só eram desaprovadas, como também puníveis por lei. Ao longo dos anos, a discriminação contra as pessoas LGBTI assumiu muitas formas diferentes.
A primeira lei que criminalizou a atividade homossexual foi aprovada no Reino Unido em 1533. Esta lei fazia parte da Buggery Act, que tornava a atividade sexual entre dois homens um crime punível com a pena de morte. Nos séculos seguintes, leis semelhantes foram aprovadas noutros países em todo o mundo.
Na maioria dos casos, os funcionários responsáveis pela aplicação da lei que faziam cumprir estas leis, foram dotados de ampla discrição para decidir quem pensavam ser homossexual ou lésbica. Isto levou a muitos casos de prisão arbitrária, assédio, e violência contra pessoas LGBTI, mesmo após a descriminalização da homossexualidade
Atualmente, ainda existem muitos países onde é legal discriminar pessoas LGBTI, apenas com base na sua orientação sexual, identidade ou expressão de género, e características sexuais. Isto pode incluir despedi-los dos seus empregos, expulsá-los das suas casas, ou recusar o acesso a determinados cuidados de saúde, apenas com base em preconceitos sobre as pessoas LGBTI.
Como é a sociedade para as pessoas LGBTI, atualmente?
A forma como a nossa sociedade lida com as pessoas LGBTI tem vindo a mudar nos últimos anos.
Em grande parte do mundo, as pessoas podem agora falar abertamente sobre a sua orientação sexual e identidade de género, sem medo de discriminação ou violência. Isto levou a que aumentassem as comunidades, as respostas de apoio especializadas nas necessidades destas pessoas e das campanhas de sensibilização para os direitos das pessoas LGBTI.
Existem agora inúmeras plataformas de meios de comunicação social, websites, e aplicações especificamente para pessoas LGBTI. Estas plataformas proporcionam um espaço seguro e acolhedor para as pessoas LGBTI se ligarem umas às outras e se expressarem livremente.
Mas, infelizmente, esta pessoas ainda continuam a encontrar muitos obstáculos, e fontes de discriminação, que põe em causa a sua segurança, bem-estar, e acesso a direitos essenciais, como educação, habitação, emprego e até cuidados de saúde.
Ainda hoje existem em Portugal pessoas que precisam de esconder quem são para não sofrerem de bullying nas escolas, não perderem os seus empregos, e até não serem expulsos das suas casas. Estas vivências deixam marcas nas pessoas LGBTI, que podem levar uma vida inteira a serem ultrapassadas.
Os efeitos da discriminação sobre as pessoas LGBT
A discriminação contra pessoas LGBT assume muitas formas diferentes, e pode ter uma variedade de efeitos negativos sobre o indivíduo. Alguns dos tipos mais comuns de discriminação são:
- Abuso ou insultos verbais
- Ameaças
- Assédio
- Violência física
- Recusa de serviço (por exemplo, nos cuidados de saúde)
- Discriminação no emprego
- Discriminação habitacional
- Discriminação na educação
Estas forma de discriminação podem ter um efeito devastador sobre a saúde mental das pessoas afetadas, levando à depressão, ansiedade e mesmo a pensamentos suicidas.
As consequências da discriminação não se limitam apenas às vítimas individuais. Quando qualquer grupo é alvo de abuso, cria um ambiente hostil e inseguro para todos. Isto pode ter um impacto negativo na produtividade e criatividade no local de trabalho, e pode também impedir as crianças de receberem a melhor educação possível, por a escola se tornar um lugar inseguro e perigoso para elas, ou por não terem um ambiente saudável e de confiança em casa.
Ao longo deste texto já demonstramos algumas das dificuldades que as pessoas LGBTI encontram na nossa sociedade. Salientamos a discriminação e a falta de aceitação que enfrentam todos os dias. Se é uma pessoa LGBTI a debater-se com estas questões, marque uma consulta nas Clínicas MenteSoma. Podemos ajudá-lo a encontrar o apoio de que necessita.
